segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Comoção popular em Teixeira

Sexta-feira mataram um senhor em uma loja aqui perto. Um bando estava assaltando as lojas de celular da cidade, quando ao tentar mais uma a dois quarteirões do escritório a polícia os alcançou e começou o quebra pau.

Não sei bem o que rolou de verdade, pelo que li um dos bandidos atirou em direção a um dos políciais, acertou sua mão e fez com que o resto - ainda com a mão inteira - disparasse, detonando com outro cara que estava na loja, até então outro ladrão, seis tiros e tudo mais.

O caso é que, aparentemente, o atual defunto não era um dos assaltantes, mas sim um homem comum de uma cidade aqui perto - Medeiros Neto - que estava em Teixeira para resolver os pepinos e, também, ativar um chip de celular ou qualquer outra coisa que levaria alguém a uma loja de celular. O cara foi lá comprar a parada e ganhou seis balas de troco, ao que dizem.

Ativa-se então a comoção popular. Toda a galera de Medeiros Neto se revolta contra a morte de um homem de bem, que havia acabado de voltar dos EUA, aberto seu lava-jato e tentava novamente tocar a vida, quase um cidadão - de acordo com a maioria - exemplar. Começa com um grupo na porta do IML querendo saber o que aconteceu e termina com uma multidão aqui em frente a promotoria com direito a faixas e coro de "Queremos justiça!". Todo mundo da cidade parece largar as obrigações, nada como empregos, filhos e escolas para atrapalhar a busca por seus direitos. Ou esse cara era realmente popular, tendo vários amigos de várias idades, desde os senhores que não se sabe como aguentaram a viagem até aqui indo até adolescentes que se arrumaram para a manifestação como se estivessem fazendo aniversário ou algo que valha.

Nada contra quem não tenha o que fazer e curta ficar de baixo do sol gritando, eu mesmo gostaria de não ter o que fazer, apesar de tudo. Fico meio bolado é com essa galera que se amontoa fazendo graça onde uns poucos tentam, da maneira que podem, justificar a perda de um marido, pai, amigo e coisa e tal. Um monte de gente amontoado aqui na esquina do escritório falando asneira, atrapalhando o trânsito e o expediente. Foda pra caralho essa busca popular pela justiça, acho eu... não errada ou de natureza que deva ser censurada, mas ainda assim foda pra caralho.

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